quinta-feira, 21 de março de 2019

A importância de uma boa fonte de alimentação para seus pedais



Ola pessoal, espero que estejam muito bem! O tema de hoje do blog é uma coisa que atormenta muitos músicos, mesmo sem que eles saibam: as fontes de alimentação. Chamamos de fonte de alimentação toda e qualquer caixinha preta (ou de outras cores) que converte a energia da rede de distribuição (ou simplesmente da tomada) em alguma coisa aproveitável pelos nossos equipamentos.

Muitos de nós negligenciamos esse importante equipamento quando estamos configurando nosso setup, imaginando que é apenas uma "fontezinha" qualquer e tudo bem, que não existe impacto no timbre por causa de algo tão "insignificante". Quem nunca???

Para dar uma visão mais geral de como essas caixinhas funcionam e como elas podem ajudar a melhorar ruídos e outras interferências, gostaria de começar falando da famigerada TOMADA.
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Fonte Joyo Power Supply 2


A geração e distribuição da energia

Há muito tempo, em uma galáxia muito distante, existiram dois caras geniais, que disputaram o mercado de energia quando as lâmpadas eram apenas pavios de querosene. Esses dois gênios eram Thomas Edison, fundador da GE, e o ultra, master fucking do universo Nicola Tesla. Enquanto Edison apoiava e patrocinava a implantação da Corrente Contínua (DC, do inglês Direct Current), Tesla desenvolvia teses sobre a Corrente Alternada (AC, Alternating Current). A briga foi tão grande que inspirou o nome de uma das maiores bandas da história do Rock, o AC/DC.
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Tesla era genial na tecnologia. Edison nos negócios...
Tesla chegou a trabalhar para Edison, mas este nunca deu ouvidos a Tesla quando o assunto era a corrente alternada. Frustrado, ele vendeu suas patentes à Westinghouse, e tratou de começar a trabalhar lá.

Logo ficaria provado que o sistema de Tesla era muitíssimo superior e mais eficiente do que o de Edison, tanto para geração como para a distribuição da energia. A corrente contínua, para distribuição e geração, estava acabada.

Apesar de não ser eficaz nesses processos, a corrente contínua é amplamente utilizada em circuitos eletrônicos, então como fazer para transformar a corrente AC em corrente DC para utilização nesses circuitos? Eis que surge a Fonte de Alimentação, que nada mais é do que um conversor AC/DC (em alguns casos AC/AC, veremos adiante), que serve basicamente para deixar a tensão e a corrente em níveis utilizáveis por esses equipamentos.


A Tomada

Vimos que a geração e distribuição de energia é toda realizada em corrente alternada (AC), e é esta corrente que está hoje na tomada da sua casa.
Posso estar chovendo no molhado, mas acho que todos sabemos que a energia nas tomadas das nossas casas, estúdios e palcos só pode ter duas voltagens, popularmente chamadas de 110V ou 220V.  Além do popular mito (que não é mito) de que o choque de 220V "gruda" a pessoa, o que nós pobres mortais sabemos desde a mais tenra infância é que tomada dá choque.
Voltemos ao 110x220. Quando olhamos de perto, a tomada de 110 tem a tensão nominal um pouco maior do que isso, sendo mais correto dizer que o valor é de 127V. Na verdade existe uma matemática um tanto complexa por trás dessa informação, mas o que devemos ter em mente é que só existem as tensões de 127V e 220V.

Pois bem, na sua região deve reinar absoluta uma dessas duas tensões. Caso resolvido? Nada disso. As concessionárias brasileiras obedecem certos critérios de medição, que permitem que a tensão oscile dentro de determinados limites nas casas dos usuários. Na tensão de 127, por exemplo, a oscilação pode ser de 116v a 133V, o mesmo vale para as tomadas de 220V, que podem variar de 201V até 231V.

Não bastasse a tensão, a corrente alternada também tem outra grandeza: a frequência. No Brasil usa-se o padrão de 60Hz, ou seja, 60 ciclos por segundo. Isso significa que a corrente muda de sentido 60 vezes a cada segundo, impressionante não é? E obviamente existe também uma tolerância com a frequência, ela pode oscilar, porém, a oscilação é tão pequena que pode ser desconsiderada.

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Tomada modelo "Dilma", assim como a Jabuticaba, só tem por aqui....


Os equipamentos (pedais, pedaleiras, etc)

A maioria dos pedais e pedaleiras do mercado são alimentadas com corrente contínua ou DC. Pedais normalmente usam o padrão desenhado pela BOSS, com alimentação DC de 9 Volts. Os 9V acabaram virando um padrão mercadológico, e somente alguns poucos pedais não utilizam esse padrão, normalmente devido a requisitos especiais do projeto, como pedais valvulados por exemplo.

As pedaleiras já variam um pouco mais, algumas delas sendo alimentadas diretamente em AC, como é o caso dos V-Amp de Behringer e algumas pedaleiras Digitech mais antigas. A Alesis também costuma usar AC como alimentação principal de suas unidades.

Seja por um lado ou pelo outro, salvo se seu equipamento tiver conexão direta para tomada (como é o caso das pedalerias Boss antigas, como a GT3 e GT5 por exemplo), será necessário converter a energia AC da tomada para um AC com menor tensão (normalmente 12V ou 18V) ou DC (normalmente 9V). 


A Fonte de Alimentação: a cola que une a tomada e o equipamento

A fonte por sua vez é o elo entre a tomada e o equipamento. Ela tem a função de converter e condicionar a energia que é entregue ao equipamento.
Quando falamos em condicionar isso significa que a fonte tem a responsabilidade de, além de converter a tensão para níveis menos mortais do que os 127 ou 220v, de filtrar essa corrente para garantir a estabilidade e a isolação para o equipamento.

Podemos citar basicamente dois tipos de fontes: as fontes a base de transformadores (ou lineares) e as chaveadas.

Uma fonte linear é alimentada pela tensão da rede elétrica, em 110Vca ou 220Vca, diretamente no primário de um transformador. Neste transformador é necessário que exista um enrolamento para a entrada em 110Vca, outro enrolamento para a entrada 220Vca. A escolha será feita por uma chave seletor. Este transformador é específico para receber a tensão alternada em 60Hz. Por este motivo é grande e pesado. Neste transformador a tensão é reduzida, no secundário para uma tensão próxima a tensão em corrente contínua que se deseja para a saída. A tensão do secundário é então retificada e filtrada. A grande vantagem da fonte linear é sua robustez e simplicidade no projeto.

Na fonte chaveada o processamento da tensão da rede para obtenção da tensão em corrente contínua da saída é todo feito em alta frequência. Desta tecnologia resulta a denominação chaveada: a transformação é feita através de um chaveamento em alta frequência onde a regulação da tensão de saída é obtida variando-se a largura dos pulsos de condução da chave (PWM) ou, em alguns casos, variando-se a frequência do chaveamento (modulação por frequência). Como vantagem podemos citar o baixo volume e peso em comparação com a fonte linear. Por exemplo, o transformador de uma fonte chaveada chega a ser 50 vezes menor que o transformador de uma fonte linear de mesma potência.

Como os custos de produção de uma fonte chaveada hoje são bastante inferiores ao das fontes lineares, estas praticamente desapareceram do mercado, sendo usadas apenas em aplicações específicas.


A Fonte... do ruído

Já ouvi muito a seguinte frase vinda de guitarristas: Rodrigo, quando ligo meu pedal na bateria de 9V ele fica xuxuzinho, mas quando ligo na tomada aparece uma serra elétrica no meu som e eu não consigo mais tocar. E isso piora quando eu ligo mais de um pedal na tomada... Isso acontece com menor frequência hoje em dia, mas ainda acontece muito!

Por que ligar o pedal na tomada pode gerar ruído? Pelo simples fato de que a conversão de AC para DC é feita por um processo que chamamos de retificação, que consiste em transformar a onda em formato de senóide da tomada em uma sequência de picos. Para entender como isso funciona, vamos dar uma olhada em como uma fonte básica é construída:

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A maioria das fontes disponíveis no mercado a baixo custo possuem uma filtragem ruim e não tem qualquer recurso de estabilização, resultando em uma onda de saída com a seguinte forma:

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Essa oscilação, que chamamos de Ripple é passada aos circuitos eletrônicos dos pedais, que são basicamente mini amplificadores de sinal. Quando a alimentação do amplificador está oscilando, essa oscilação será transmitida para o sinal de saída, já que este é uma fração da tensão de alimentação. Ou seja: se sua fonte oscila desse jeito, seu som também vai oscilar. E o efeito piora quando temos mais carga na saída da fonte (ou seja, mais pedais alimentados por ela...).

E qual é o resultado disso? Um ruído chato de 60Hz ou 120Hz (justamente a oscilação da tensão de alimentação mostrada acima). O pior: as frequências, tanto em 60Hz como em 120Hz, são audíveis, o que significa que você terá um zumbido, ao qual chamamos HUM, e ele é bem irritante, como vocês podem ouvir aqui: 
Se você achou esses sons familiares, então provavelmente sua fonte de alimentação tem algum problema com a filtragem/estabilização. Está na hora de procurar um equipamento mais adequado.
O HUM é um problema exclusivo de fontes LINEARES.

Fontes chaveadas não possuem a base de 60/120Hz. Como elas trabalham em uma frequência bem mais alta, o problema delas é outro, o que chamamos de Hiss. O hiss é um ruído de fundo de alta frequência, parecido com o ruído branco ou rosa usado para timbrar microfones, e pode ser causado pelo processo de chaveamento da fonte, bem como por uma filtragem de saída deficiente.
Um outro problema a considerar é que as frequências dentro de uma fonte chaveada podem passar dos 100KHz, e isso por si só pode gerar ruídos caso os pedais fiquem próximos da fonte (funciona como um rádio de baixa potência).
espero que vocês não fiquem ouvindo ruído rosa por 10 horas!


Linear ou Chaveada? Qual fonte eu devo usar no meu setup?

Você deve estar se perguntando: poxa Rodrigo, então eu devo comprar uma fonte chaveada para meus pedais? A minha resposta para esta pergunta seria: pode ser que sim, pode ser que não, depende do que você vai querer ligar...

Se você vai ligar uma pedaleira digital, como uma Zoom G1 por exemplo, a verdade é que tanto faz o tipo de fonte. As pedaleiras possuem filtros na entrada de alimentação, e com isso aceitam bem praticamente qualquer tipo de fonte.

Já os pedais, principalmente os mais antigos, não possuem qualquer tipo de proteção na linha de alimentação, portanto, devem ter uma fonte de boa qualidade.

Dois fatores para mim são determinantes nesse processo: o preço e o espaço disponível para alocação da fonte no setup. Se você tem um pedalboard grande então não deve se incomodar com espaço para uma fonte linear de grande porte. Olhando pelo lado das fontes chaveadas, provavelmente você conseguirá deixar seus pedais a uma distância segura da fonte para evitar quaisquer chiados e interferências indesejadas. Sendo assim, se espaço não é um problema, basta conferir as boas opções no mercado e comprar aquela que melhor se encaixar no seu pedalboard.

Se você tem pouco espaço, opte por uma fonte linear. Mesmo sendo mais pesada e um pouco maior, você não terá problemas em aproximar pedais dela, o que garantirá que esse tipo de interferência não ocorrerá no seu som. Mas opte por uma fonte de boa qualidade. Cheque os capacitores da filtragem, eles deverão ter 2200uF ou mais, o ideal é trabalhar com capacitores de 10.000uF, principalmente se você usar diversos pedais pendurados na mesma fonte

Quantos pedais posso ligar na mesma fonte?

Esta é outra grande dúvida dos músicos: quantos pedais a minha fonte "aguenta"?
Antigamente os pedais eram bem "gastões", chegando a consumir mais de 200mA, dependendo da unidade. Atualmente os pedais já trabalham com componentes muito mais eficientes, e o consumo médio deles é de cerca de 20mA a 80mA. Sendo assim, uma boa fonte de 500mA pode ser usada com tranquilidade em até 6 ou 8 pedais, considerando que nunca é adequado trabalhar no limite. Eu uso a extrapolação simples de 100mA por pedal, como forma de garantir que a fonte não trabalhará sobrecarregada.

Veja o exemplo abaixo, do Boss SD-1 atual, que consome meros 6mA da fonte de energia:
Manual do Super Overdrive Boss SD-1: Apenas 6mA de consumo!

Já as pedaleiras tem exigências maiores, e normalmente estão descritas na própria entrada de alimentação. Procure seguir sempre os requisitos do fabricante. A regra é: fonte maiordo que o requisito? OK. Fonte menor? Problemas à vista...
Zoom G1: 200mA é o que o fabricante determina, então é 200mA ou mais.

Conclusões:

  • Uma boa fonte não faz muita coisa para melhorar seu som, mas uma fonte ruim pode destruir completamente seu setup. Tanto em sonoridade, com HUM ou HISS como fisicamente, queimando ou danificando algum componente por má qualidade de filtragem e estabilização
  • Linear ou chaveada? Depende da aplicação. Pedaleiras aceitam bem qualquer uma, pedais são mais sensíveis, principalmente os vintage, e podem ter interferência de fontes chaveadas que não sejam bem blindadas. Vale experimentar no pedal board antes de bater o martelo.
  • Uma boa fonte é fundamental. Beleza exterior e tamanho pequeno não bastam. Muitas vezes uma boa e velha fonte linar pesada e feia faz o trabalho melhor do que uma linda, mas fraca, fonte chaveada.

Espero que tenham gostado desse post, e espero vocês no nosso próximo tema do blog.

Um grande abraço e muito sucesso!

quarta-feira, 13 de março de 2019

Como escolher uma guitarra?


Bom dia pessoal, espero que estejam muito bem!

No último post, quando contava a minha história de como eu "virei" um guitarrista, eu contei um pouco da experiência de descobrir, sem a ajuda do Google, como se "tirava um som" daquele que viria a ser o meu instrumento preferido.

Creio que essa dúvida paira sobre muitas cabeças de guitarristas em início de "carreira". A primeira dúvida já começa logo na escolha do instrumento. Com a enorme quantidade de modelos disponíveis, às vezes é difícil tomarmos uma decisão sobre qual tipo de guitarra devemos escolher.

Neste post eu vou tentar dar algumas dicas para ajudar na sua escolha, mas sempre se lembre de que nada substitui a experiência de pegar o instrumento nas mãos, tocar com ele e sentir o que ele tem a dizer. No começo pode parecer tudo igual, mas com o tempo você vai perceber que cada instrumento é único, portanto, é preciso testa-lo antes de bater o martelo. Sendo assim, o guia deste post deve ser considerado só como referência, e não como verdade absoluta (se é que isso existe!) e visa colocar o primeiro filtro na sua escolha.

Para começar é preciso se perguntar: Qual é o som que eu pretendo fazer com essa guitarra?

De imediato já imaginamos que uma guitarra que faz um Metal excelente pode não ser muito apropriada para Blues ou Jazz... Uma semi-acústica certamente não terá a mesma pegada para o Rock e assim por diante. Então saber qual é o seu estilo e o que pretende tocar ajudará muito na escolha de um instrumento adequado. Claro, isso não é uma regra, mas é uma forma de simplificar as coisas.

Modelos de guitarras

Quando falamos em modelos de guitarras existem praticamente infinitas opções. Eu vou me concentrar em algumas características e alguns exemplos, mas na sua cabeça dois modelos de guitarra já estão estampados: a Fender Stratocaster (ou Strato para os íntimos) e a Gibson Les Paul. Não é à toa. Esses modelos são ícones, foram tocados e exibidos pelos melhores músicos mudo afora. 













Mas o mundo é maior do que a dicotomia entre Strato e Les Paul. E você deve olhar isso com bons olhos, pois são mais opções para você escolher aquela que melhor se encaixa no seu perfil, incluindo o quesito desenho e não só o desempenho.
Alguns modelos icônicos da Fender e da Gibson.
Da esquerda para a direita: Telecaster, Stratocaster, Les Paul, SG, Flyin V e Explorer


Você precisa se atentar mais para o tipo de construção da guitarra do que para o seu modelo

Anatomia da guitarra

As guitarras são divididas em partes. O desenho abaixo demonstra quais são essas partes:

Captadores e suas características

Existem basicamente dois tipos de captadores disponíveis para as guitarras, os Humbuckers (ou chamados duplos) e os Single Coils (ou simples). Existe outras variações, como os P90, mas vamos nos ater apenas aos dois primeiros.

Single Coils

Os primeiros captadores inventados foram os do tipo single. Ele equipa a maioria das Stratocasters por aí. 
Os singles tem como característica um som mais "aberto" e "brilhante" (é, na falta de melhores palavras, o timbre é descrito com outros atributos físicos mesmo....). A Strato é conhecida pelo seu som "estalado". Normalmente não são captadores com muita saída (claro, existem os hot singles, mas isso é outro assunto), portanto se dão bem com quase tudo. Quase... Por serem mais agudos e sujeitos a ruído, eles normalmente não soam bem quando colocados com distorções de alto ganho (o alto ganho se aplica tanto ao som como ao ruído). Não por acaso é raríssimo ver bandas de Heavy Metal utilizando este tipo de captação.

Os singles também tem uma maior propenção a apresentar chiado e ruído, mas tem uma sonoridade única. Não há quem não reconheça esse timbre que fez a cabeça de milhares de músicos de diferentes eras. De Jimmi Hendrix a David Gilmour, são muitos os que não resistem ao Single Coil.

Humbuckers


Os Humbuckers são captadores desenvolvidos após a criação dos singles, e visavam solucionar alguns dos seus problemas, entre eles a grande propenção a sofrer com interferências e  ruídos. E o truque para isso é ter duas bobinas, ao invés de uma, onde o sinal está fora de fase entre elas. Complicado né? Basta saber disso: Humbuckers são mais silenciosos do que Singles.

Mas como nem tudo são flores, um efeito secundário dessa façanha é que a captação de algumas frequências é prejudicada, resultando em um som mais plano e menos brilhante.
Os Humbuckers normalmente são mais "potentes" que os single, e por serem mais imunes a ruídos, não sofrem quando colocados em uma distorção de alto ganho. Por esse motivo, são a opção mais comum para sons mais pesados e com grande quantidade de distorção.

Pontes e suas características

Podemos também dividir o mundo das pontes em dois tipos: fixas e flutuantes

Pontes Fixas:

As pontes fixas, presentes em modelos Les Paul, por exemplo, são pontes que não permitem qualquer movimento nas cordas. Normalmente são fixadas por parafusos ao corpo da guitarra

Ponte fixa de uma guitarra Telecaster

Ponte tune-o-matic de uma guitatta Les Paul

Pontes Flutuantes:

As pontes flutuantes funcionam equilibrando a tração exercida pelas cordas e um feixe de molas no sentido oposto, permitindo que se use uma alavanca para alterar a tensão das cordas, criando o efeito que chamamos de Whammy. Pontes flutuantes também são conhecidas por Whammy Bar.
Nesta categoria temos as pontes dos modelos Strato e também as conhecidas como Floyd Rose.
Ponte do modelo Floyd Rose. São usadas em uma infinidade de modelos

Ponte do modelo Strato

Vantagens e desvantagens

Claro que as diferentes pontes possuem seus prós e contras. Cabe a você sentir com qual você se adapta melhor. Eu, por exemplo, não consigo gostar da ponte tune-o-matic pelo seu posicionamento muito alto em relação ao corpo da guitarra, mas isso é uma coisa minha. Você pode gostar justamente disso.
As pontes fixas transferem melhor a vibração das cordas para o corpo do instrumento, por isso tendem a ter um melhor sustain do que as flutuantes.
Por outro lado, somente com uma ponte flutuante você pode usar a alavanca para dar o efeito whammy. É uma questão de onde e como você pretente aplicar o instrumento.

Ah, Rodrigo, mas eu vou tocar um pouco de tudo, como eu faço então?

Esse é o maior desafio. Existem guitarras muito bacanas no mercado que fazem um pouco de tudo, como é o caso da Music Man usada pelo mestre Steve Morse. É uma guitarra que tem nada menos do que 4 captadores, 2 humbuckers e 2 single coils, além de um captador piezoelétrico, que simula um violão. É um canivete suíço. Mas você já tentou apertar um parafuso com um canivete suíço? Pois é, ele faz o trabalho, mas uma chave de fenda o faria melhor, não é mesmo?

O "canivete suíço" do mestre Steve Morse
A melhor estratégia para quem vai tocar "um pouco de tudo" é: tente entender o que você vai tocar mais, e escolha uma guitarra apropriada para este estilo. Ela não vai fazer tão bonito nos outros, mas na maioria das vezes vai brilhar.

Exemplos:

  1. Você toca em uma banda cover do Metallica: A escolha óbvia é uma guitarra com humbuckers e ponte floyd rose, semelhante àquelas usadas pela banda na criação de suas músicas. Exemplos seriam as guitarras Kramer, Jackson, ESP, ou Ibanez.
  2. Você toca em uma banda de baile: Nesse caso é preciso versatilidade. Uma boa Strato normalmente dá conta do tipo de música que uma banda de baile toca (você não verá uma banda dessas tocando Slayer, não é mesmo?) Então, eu iria de Strato!
  3. Eu toco numa banda de rock clássico: O rock dos anos 70 estava recheado de Les Pauls por todos os lados. As distorções quentes desse modelo, associadas ao visual clássico, completam o cenário: Vá de Les Paul!
  4. Eu toco música Country, e alguma coisa de blues-rock de vez em quando: A Telecaster é uma ótima pedida para esses estilos, tanto pela aparência como pela sonoridade. Os mestres do Country a usavam, por que você não usaria?
Isso tudo não quer dizer que você não pode fazr Blues com uma Ibanez. Apenas não será tão típico e bacana como quando feito com uma Strato ou uma Tele, e por aí vai.

Fato é que o tipo de guitarra que pode fazer mais coisas é uma que tenha Humbuckers e ponte Floyd Rose. Acertando a seleção de captadores você consegue fazer quase tudo nesse cenário.

Mas Rodrigo, eu vou ter que ter mais de uma guitarra? 


A resposta a essa pergunta é outra pergunta: Não seria o máximo ter uma coleção delas?
Brincadeiras à parte, comece pela primeira. Estude, toque, toque muito. Veja o que está faltando e então ajuste para a próxima. Não sabe onde vender sua guitarra? Além de poder consultar a RR Music, existe o Mercado Livre, a OLX. Passe para o próximo instrumento, o próximo passo. Evolua de acordo com o seu som, e lembre-se que estamos sempre aprendendo.

Conclusões

Não existe o certo e o errado quando se fala de um instrumento. Existem os mais e os menos adequados a cada tipo de situação.
O segredo é sentar na loja, pegar a guitarra nas mãos e tocar. Dizem que quando é o instrumento certo ele te "chama", entra em sintonia. Se você sentir isso, não duvide, é o seu instrumento.
Lembre-se de que em mãos hábeis, qualquer instrumento pode fazer bonito, em qualquer situação. Então, em vez de focar seus esforços para comprar a guitarra igual à do seu ídolo, foque nos seus estudos, melhore sua técnica, seu entendimento sobre o instrumento e sua pegada. Isso fará absolutamente toda a diferença.

De que adianta termos uma Ferrari na garagem se não soubermos como dirigir?

Sejam felizes.
Agradeço de coração pela “visita”, e espero que gostem da nossa proposta. Não esqueçam de visitar nossa loja virtual no Facebook: https://www.facebook.com/RRMusicInstrumentos.

Um grande abraço e muito sucesso para todos nós.
Rodrigo Ramos

segunda-feira, 11 de março de 2019

Brasileiros notáveis - Os pedais Oliver e Chorus e sua história no cenário brasileiro

Olá, espero que estejam bem e curtindo o "ano novo" brasileiro. Há tempos que ouço que o ano por aqui só começa depois do Carnaval, algo que leva o brasileiro a desperdiçar quase 2 meses por ano... enfim, é a nossa terra não é mesmo???

Neste post gostaria de falar sobre alguns brasileiros notáveis. Não me refiro a presidentes ou ex-presidentes. Estou mesmo falando de alguns empresários notáveis, que tiveram a audácia de empreender no nosso país, um dos mais complicados para se fazer isso no mundo, e lançaram linhas de pedais de efeitos e outros apetrechos musicais.

O início...

Houve uma era no Brasil onde o governo era militar. Bom, você já deve saber disso, afinal não se fala em outra coisa.... Nessa época se acreditava que era preciso proteger a indústria nacional. Os militares então tiveram uma ideia brilhante: as importações de qualquer tipo de equipamento manufaturado foi proibida. Não havia uma sobretaxa, um imposto maior. Não. Simplesmente não podia e ponto final. Se isso ajudou ou não a indústria brasileira eu não sei. Tirem suas conclusões...

Isso foi lá nos anos 80... Vivíamos o auge da guitarra e do rock, com bandas surgindo do nada como Legião Urbana, Cazuza e o Barão Vermelho, Titãs, Lulu Santos, entre tantos outros nomes.

Cazuza e Frejat no Rock in Rio, 1985. Era o auge do rock brasileiro
O cenário musical era simplesmente incrível, mas por aqui, não era possível comprar equipamentos importados. Aqueles que chegavam aqui vinham por meio de pessoas mais abastadas, que viajavam aos States e traziam consigo as peças de adoração dos músicos tupiniquins. Nem preciso dizer que os preços eram surreais. Um pedal Boss custaria o equivalente a um salário mínimo nessa época

Nesse cenário um tanto maluco sugiram algumas marcas, que acabaram sendo as únicas opções para quem não viajava (se um pedal custava um salário, você pode imaginar quanto custava ir pra terra do Tio Sam né?). Eu me lembro bem de duas marcas, que marcaram o início do meu relacionamento com a guitarra: A Oliver e a Chorus Musical.

Ambas produziam pedais, porém com diferenças consideráveis entre elas.

Oliver: a Boss brasileira

O marca Oliver era uma subsidiária da Roland (dona da Boss). A estratégia foi bacana: um brasileiro abre uma empresa aqui e produz o que se produz lá fora. Em teoria essa tecnologia é "aprendida" e pode ser replicada sem a empresa matriz por perto. No caso da Oliver, a matriz foi a Roland/Boss. E assim começamos a ter pedais "clones" da Boss, a preços um pouco mais acessíveis por aqui.
A linha da Oliver consistia dos seguintes pedais: Compressor sustainer CS-30 (baseado no Boss CS3), Chorus CE-30 (baseado no CE3), Flanger BF20 (baseado no BF2), Delay DD30 (baseado no DD3 de primeira geração, mas eu vim a descobrir que ele é muito mais semelhante ao DD2), Equalizer EQ-70 (derivado do EQ7), Super Overdrive SD-10 (SD1), Distortion DS-10 (DS1) e Heavy Metal HM-20 (HM2). 


Alguns dos pedais Oliver ainda muito bem conservados!
Existe por aí a história que os projetos eram diferentes da Boss e tal, mas com os anos de vivência eu posso confirmar: Oliver e Boss são idênticos. Ao menos em projeto. Mas lembre-se: eram os anos 80... não havia a possibilidade de importar componentes eletrônicos (exceto aqueles que não se produzia no Brasil), então é fato: os pedais Oliver usavam (e ainda usam) muitos componentes de fabricação nacional. E isso não desmerece absolutamente em nada esses pequenos notáveis. Os componentes brazucas são tão bons ou talvez melhores do que os componentes produzidos na Coréia ou Taiwan dos anos 80. Eram outros tempos... a China não passava perto do que é hoje.

Apesar da ideia e do resultado bacana do processo de parceria com a Roland, a Oliver não criou nenhum pedal próprio. Sempre trabalhou com versões brasileiras "Herbert Richers" dos pedais da Boss. Tinham em comum a construção robusta, modelo tanque de guerra, mas eram um pouco maiores (restrições tecnológicas brasileiras e obviamente uma maneira de reduzir os royalties pagos à matriz) e eram todos pintados com um cinza escuro, quase preto. As únicas cores que se viam nos pedais da Oliver eram na serigrafia e em uma pequena tarja, onde constava o nome do pedal. Anos 80, reinava o design quadradinho, incluindo o LED indicativo do efeito. Eu ainda tenho diversos deles na minha coleção pessoal. Todos funcionando muito bem, mesmo depois de quase 40 anos de história.

Chorus: a desafiante

A Chorus Musical teve uma história um pouco diferente. Obviamente a Chorus também se inspirou nos gringos para criar seus pedais, mas eles não eram clones de pedais existentes. Tinham a sua própria característica.  Eu não me lembro exatamente quais eram os modelos, mas alguns me vêm à cabeça: Super Overdrices DW-A3 e SD40, Digital Delay DD40, Equalizador paramétrico PQ30, Heavy Metal HY-A3, Chorus, CH-3, Phaser PH-A3, tinha também um Flanger lembro o modelo. Tinha até um alusivo Tube Screamer TS-40, uma boa cópia do Ibanez TS808.

O "famoso" Heavy Metal da Chorus. Um dos pedais com maior ganho na época
Diferentemente da Oliver, a Chorus gostava das cores. Os pedais eram cada um de uma cor diferente. Diferentemente também, eles não eram muito confiáveis. O acionamento dos efeitos não era 100% preciso e confiável, então, às vezes, era necessário pisar mais de uma vez no pedal para acionar/desligar o efeito (se consertava isso com um pequeno capacitor na chave de acionamento, mas podia ter sido feito na fábrica...).

Podiam não ser os mais confiáveis, mas tinham um timbre único. Os modelos Super Overdrive (ambos) e o Heavy Metal eram sensacionais. Muito sustain e corpo no Heavy Metal e um overdrive dos mais bacanas que eu já toquei no Super Overdrive DW-A3. Eram realmente excelentes pedais, e custavam bem menos do que os Olivers, portanto vendiam mais...

Ora, se vendiam mais, porquê ainda vemos tantos pedais Oliver por aí e nem tantos Chorus? Lembra da questão da confiabilidade??? A Chorus não era tão criteriosa na escolha dos componentes, o que levava a falhas mais frequentes. As pessoas acabavam encostando o pedal (não havia muitos serviços de manutenção disponíveis naquele tempo...). Com isso, hoje temos apenas poucas dessas peças disponíveis no mercado. Quem as têm costuma cuidar bem delas e as mantém em seu acervo particular.

Tempos modernos...

Com a abertura do mercado após o governo de Fernando Collor, os brasileiros começaram a ter mais acesso a equipamentos importados. Eles ainda eram caros, mas começavam a estar disponíveis aos menos abastados. Até então líderes no mercado, Oliver e Chorus começaram a encarar a concorrência direta de marcas como a própria Boss, DOD, Digitech, Zoom entre outros. Sem a proteção governamental ficou clara a defasagem tecnológica dos brasileiros. 

Isso aconteceu  mais ou menos na mesma época em que começou a popularização das unidades multiefeitos - as "pedaleiras" e os racks dispostos como uma "geladeira" eram o grande desejo dos músicos da época. Marcas até então desconhecidas como a Zoom e a Digitech passaram a dominar o cenário dos efeitos. A digitalização possibilitaria ter, em uma caixa portátil, um grande número de efeitos que antes só eram possíveis com um grande set de pedais. Imagine isso e os anos 90, onde a música experimentava a digitalização, os samplers, DJs e outros instrumentos digitais. Os pedais foram deixados de lado, os preços caíram. Em pouco tempo Oliver e Chorus eram só uma lembrança entre os vendedores. Passariam então ao mercado de usados apenas.
Sonho de consumo, nos anos 80 ou hoje...

Uma "geladeira" recheada de guloseimas.... Quem não gostaria de ser o feliz proprietário???

Tempos atuais

Quando passamos a era do rock-farofa, dos cabelos pufantes e do exagero dos anos 80 e início dos 90 (ao menos por aqui), voltou-se a acreditar no "menos é mais". As "geladeiras" foram abandonadas, pois os equipamentos quase não permitiam manutenção, eram grandes e pesados para levar de um lado a outro e eram tão complicados que exigiam algumas horas de dedicação para obter um som e mudança de patches adequados que simplesmente não fazia mais sentido usa-los. Os pedais voltaram com tudo.
Kurt  Cobain: menos é mais. Apenas um Sansamp GT2 e um Boss DS2
No cenário Grunge dos anos 90-00 as novas bandas apareciam com setups cada vez mais enxutos. 3 ou 4 pedais, apenas. E o som era simplesmente fantástico. As caixinhas coloridas voltaram a ser alvo de desejo dos músicos da época. Surgia ali mais uma oportunidade para os destemidos empresários.

Hoje dificilmente você verá um setup de um grande guitarrista somente com efeitos tipo pedaleira ou rack. O timbre único das caixinhas ainda é o mais desejado, mesmo na era da internet, onde pedais são programados com smartphones, os clássicos RAT, Tube Screamer, DS1 ainda reinam absolutos nos pedal boards dos melhores músicos. 

O Brasil de hoje

Landscape TriEFX Overtone: Praticidade do "3 em 1"
Vimos então por aqui o surgimento de novas empresas como a Onerr, que iniciou com o pedal Fat Boy, um ótimo Wah-Wah. A Landscape também inovou ao lançar pedais como o TriEFX, que traziam três efeitos analógicos em uma única peça. Tanto a Onerr como a Landscape possuem excelentes produtos. A Onerr se destaca pelos overdrives Carbon X e Tungsten, já a Landscape tem o Brutal Distortion e o Spring Reverb, além do TriEFX Overtone como destaques. Todos eles com construção de primeira e um timbre excelente. 
Onerr Carbon-X: Um dos melhores overdrives que eu já toquei










Tanto a Oliver como a Chorus ajudaram a criar um ambiente favorável aos músicos do Brasil dos anos 80 e 90. A Chorus tinha um talento para a criação de pedais únicos, já a Oliver tinha na confiabilidade o seu maior trunfo. Elas pavimentaram o caminho para os atuais fabricantes que temos por aqui, e precisam ser reconhecidos por terem feito isso. 

Por isso, antes de torcer o nariz quando ouvir falar em marcas brasileiras (sim, eu também já fiz isso...), experimente-as. Espete a sua guitarra num Carbon-X e experimente! Se você não curtir, ao menos poderá falar com propriedade sobre o que não agradou. Se gostar, ótimo! Você abrirá uma gama inteira de novos produtos, a preços excelentes, para complementar seu setup.

Deixe de lado o preconceito e o complexo de vira-lata. Brasileiro é competente, e os nossos produtos não perdem absolutamente nada para os gringos, e são, muitas vezes, superiores aos chineses - esses, papo para um outro post.

Um grande abraço, sucesso para todos e até o próximo post!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Sobre a RR Music Shop


Olá pessoal, antes de mais nada quero agradecer pela sua visita, espero que estejam bem.

Anos 90... O Brasil estava tentando sair do buraco (será que um dia conseguiremos???). As novelas eram a principal diversão da galera. Não existia internet, smartphone, Google, Facebook. Sim, a vida era diferente naquela época. Era o auge do grunge no mundo, novas bandas surgiam, uma atrás da outra, cada uma trazendo uma leitura nova do Rock, aquele estilo que muitos já consideravam ultrapassado depois do surgimento da música eletrônica. Aqui na Terra Brasilis, os grupos de pagode e axé reinavam absolutos nas rádios, mas ainda tínhamos esperança ao ouvir a 89, a 97 (a rádio rock da época, acreditem!) e a Brasil 2000.

No meio dessa “bagunça”, eu, adolescente, resolvi que ia abandonar de vez o órgão (instrumento pelo qual eu ainda sou completamente apaixonado, e que havia estudado por anos, mas era de difícil inserção naquele cenário musical...) e passaria a tocar guitarra. Sim, a guitarra, o símbolo maior do Rock.

Eram tempos complicados. Não havia uma grande oferta de instrumentos e equipamentos. Em termos de instrumentos, tínhamos a Tonante (era considerada uma carroça, acabamentos péssimos e sonoridade duvidosa, mas eram baratas!) a Giannini (talvez a empresa com maior portfólio da época, com diversos modelos, desde os mais básicos até a top Pro Line II), A Dolphin (que eu considero como sendo a intermediária, com boa gama de modelos) e a Tagima, que na época ainda era liderada pelo Mestre Seizi, e era o sonho de consumo de todos os brasileiros guitarristas.

A Teodoro Sampaio, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo, era onde tudo acontecia. Na época as maiores e melhores lojas para se encontrar instrumentos, pedais, amplificadores eram a Gang Music e a Pai do Rock, esta onde eu comprei a minha primeira guitarra (voltaremos a essa história em um momento oportuno), uma Dolphin, modelo Fly. Era usada, pintada no clássico roxo da Dolphin (eu acho que alguém da fábrica comprou a tinta em promoção... só pode...).

Pronto, havia me tornado um guitarrista. Será? Pois é, percebi que apenas ter um instrumento não valia de nada... Ainda era necessário o amplificador, pedais, cabos e o principal: saber tocar.

Muito estudo e dedicação, uma banda se formou com os colegas do colégio. Foi a primeira de algumas que já participei. Elementhal era o seu nome. Fizemos muitos ensaios, algumas apresentações, tomamos muito Martini nos estacionamentos do KFC, regado a muita gordura hidrogenada e fomos muito felizes. Foi uma época maravilhosa, onde a amizade realmente importava, e o contato com os amigos era com abraços de verdade, não com emojis.

De lá pra cá muitas coisas mudaram. O mercado abriu, hoje temos uma infinidade de fabricantes. Os chineses dominaram a produção mundial de instrumentos (e o que eles não produzem????) e os preços ficaram um pouco mais atraentes para todos.

Com essa popularização muitas coisas do passado acabaram se perdendo. Era muito comum a troca de equipamentos, compra e venda de usados (minha primeira guitarra era usada, todos os meus amplificadores já foram comprados usados, pedais, etc). Senti então uma certa nostalgia dos tempos passados. Essa foi a inspiração para criar a RR Music Shop.
Na RR, temos a intenção de preservar equipamentos antigos, restaura-los e coloca-los de volta na estrada. Além disso, trabalhamos com compra e venda de instrumentos e equipamentos, principalmente pedais e pedaleiras, sempre com a intenção de oferecer um produto confiável, com qualidade e preço justo.

Nossos serviços:
  • Compramos seus equipamentos encostados, mesmo danificados.
  • Vendemos equipamentos/instrumentos usados, revisados, limpos e com garantia.
  • Vendemos acessórios novos e usados
  • Vendemos componentes eletrônicos para você fazer a manutenção dos seus equipamentos
  • Consertamos o seu equipamento quebrado, dando vida nova e garantia
  • Restauramos seus equipamentos antigos
  • Oferecemos um ambiente de negociação honesto e justo
  • Respeitamos você, e respeitamos ainda mais os seus brinquedos
Nossa Loja e Oficina são implementados de forma virtual. Dessa forma conseguimos manter os custos operacionais o mais baixo possível, e traduzimos isso em melhores preços.

Visite nossa Loja Virtual e nossa página no Facebook: RR Music Shop

Agradeço de coração pela “visita”, e espero que gostem da nossa proposta.

Um grande abraço e muito sucesso para todos nós.
Rodrigo Ramos

A importância de uma boa fonte de alimentação para seus pedais

Ola pessoal, espero que estejam muito bem! O tema de hoje do blog é uma coisa que atormenta muitos músicos, mesmo sem que eles saibam: ...